Inspiração

Caderno de arte urbana

Que tal deixar o seu recado pra todo mundo ler, em um muro aí no seu bairro? A ideia parece boa, né? Mas, antes de pegar spray, tinta ou stêncil (sem esquecer o fone de ouvido pra curtir uma playlist que tenha a ver com esse momento de arte e criação), é preciso pensar no que dizer. Conteúdo conversando com a forma, texto e desenho, imaginação a mil... as mensagens que estão colorindo os muros de todas as cidades, e que você viu e apreciou neste caderno, são recados de pessoas que resolveram botar a boca no mundo contra as injustiças, mas com arte.

Clique aqui
capa ccr_page-0001

Grafite no brasil e no mundo

Ele aparece em muitas ruas, muros, becos e nas fachadas de prédios: o grafite está espalhado pela maioria das cidades do mundo! Trata-se de uma expressão artística de ideias, de protesto, de crítica e de beleza pura, às vezes tudo misturado, em espaços públicos. Geralmente as imagens propõem um debate ou uma reflexão sobre determinado assunto. Há grafites que chamam atenção também pela beleza estética da composição de traços, cores, formas e temas, pois são obras espetaculares.

A palavra grafite é a versão em português do italiano graffiti, plural de graffito, nome dado às inscrições feitas em paredes, existentes desde o Império Romano. A palavra significa “escritas feitas com carvão”, pois os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções.

Muitos dos desenhos estão relacionados a diferentes movimentos e tribos urbanas, em especial o hip-hop. É originalmente uma arte transgressora e combativa, que quer expressar situações de opressão e a realidade das ruas, além da ideia de que a arte pode estar ao alcance de todos e não apenas em museus e galerias.

Acompanhando o aparecimento do movimento hip-hop, o grafite teve seu início no Brasil em 1970, na maior metrópole do país: São Paulo. Na época, Alex Vallauri (1949-1987), italiano naturalizado brasileiro, foi um dos grandes precursores da arte urbana no país com seu interesse por objetos kitsch em seus estênceis. Os artistas nacionais desenvolveram características próprias, que deram destaque mundial às produções brasileiras.

A violência do bullying

O bullying, que afeta todos os âmbitos da sociedade , precisa ser tratado, discutido e evitado. O bullying é a prática de atos violentos e intencionais que se repetem muitas e muitas vezes contra alguém que não apresenta defesa. Tal prática causa muitos danos, inclusive, e ainda pior, quando são psicológicos. Todas as formas de discriminação que falamos aqui: racismo e deficiências são passíveis de bullying, mas não só. Ela pode aparecer em inúmeras situações, muitas vezes, mesmo diferenças que nada afetam ou incapacitam pessoas, como a cor dos cabelos, a estatura (muito alta ou baixa), cacoetes e manias, maneiras de comportamento que chamem a atenção uso de óculos e mesmo o tipo de vestimenta e objetos que carregam.

Importante notar que muitas vezes esses eventos se confundem com brincadeiras, falta de limites e condutas “sem noção”. Nenhuma dessas formas de nomear são boas ou ruins por si só. Elas precisam ser compreendidas, discutidas e problematizadas para que se encontrem caminhos de solução e abrandamento para ambos os lados.

A questão de gênero

Na última década, um grande avanço foi encontrar a possibilidade de marcar o sexo como “outros” e não apenas feminino ou masculino, em fichas, inscrições, cadastro entre outros.O debate sobre questões de gênero ganhou muita atenção na última década. O que era um assunto íntimo, passou a ter importância e relevância coletivas.

Os ambientes públicos e coletivos são espaços para essa discussão, pois são nestes que muitas pessoas têm suas primeiras descobertas e dúvidas travadas juntamente com seu grupo etário e de confiança. E nem sempre existe acolhimento; é possível ver homens e mulheres vivendo em situação de isolamento por serem alvos de ofensas, agressões físicas e constrangimentos por demonstrarem uma orientação sexual e afetiva diferente da maioria. Essas situações podem ser combatidas com muito diálogo, informação, tolerância e o essencial: respeitar o outro, quem quer que seja!

pessoas com deficiência



Diversas ações de mobilidade e políticas públicas voltadas as pessoas com deficiência passaram a integrar a legislação de diversos países, estados e cidades, impulsionadas pelos direitos assegurados na Declaração. O Brasil é signatário dela desde 2008.

Quanto mais as ciências avançam em estudos, medicamentos e equipamentos, mais a sociedade os acolhe e abre os mais distintos espaços de participação. Temos ruas, transportes e espaços culturais adaptados e legislação cada vez mais abrangente, como a cota para trabalhadores em situação de inclusão. Uma palavra importante nesse item é convivência. Quanto mais aprendemos a interagir com pessoas que convivem com deficiências, mais fortes são o vínculo e o acolhimento. Uns aprendem com os outros e o olhar se completa e se embeleza cada vez mais.

Racismo, aqui e no mundo

A Lei 10.639, de 2003, que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileiras e africanas, é a melhor ferramenta para se desconstruir o racismo por meio da educação, visto que existe uma supervalorização da história e da cultura branco-europeias em detrimento das africanas. Conhecer a nossa história é o caminho para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Sabemos que racismo é crime. Mas a lei não basta para impedir a discriminação e a violência. Daí a importância de uma atitude de reflexão e ação constantes contra esses atos ou qualquer manifestação de intolerância diante da diferença.

Hoje, poetas, escritores, artistas plásticos, médicos, pensadores, cientistas e políticos também são reconhecidos por sua luta. A literatura, o cinema, os games têm contribuído de modo exemplar para que novos nomes e novas formas de luta sejam reconhecidos. Heróis e heroínas negros são cada vez mais populares, divulgados e cultivados. Na literatura feita para crianças, são muitos títulos, e os contos africanos estão sendo finalmente conhecidos; poetas e ilustradores estão mostrando seu trabalho.